terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Prisão de Guantánamo


A prisão de Guantánamo é uma prisão militar americana, que faz parte da Base Naval da Baía de Guantánamo – base naval que foi comprada pelo governo norte-americano, a baía foi concedida aos Estados Unidos como estação naval em 1903, em troca do pagamento de US$ 4.085 por ano ("mixaria", não? Mas naquela época valia bem mais), a base só se tornaria uma prisão após a guerra do Golfo com o intuito de deixar extremistas fora do território dos EUA. Fidel Castro tentou em vão desfazer a concessão, e desde então, em sinal de protesto, nunca utilizou o valor do aluguel pago por eles, que se mantém no mesmo valor até hoje.

Desde janeiro de 2002, depois do ataques terroristas de 11 de setembro às torres gêmeas, estão encarcerados nesta base militar prisioneiros – muitos deles afegãos e iraquianos – acusados de ligação aos grupos Taliban e Al-Qaeda, em área excluída ao controle internacional no que diz respeito às condições de detenção dos mesmos.

A base abriga três campos de detenção = Camp Delta, construído em 2002 e composto de 5 outros campos (1,2,3,4 e Camp Echo), Camps Iguana e Camp X-Ray, fechada já há algum tempo.

Motivo de vergonha mundial, Guantánamo se tornou um símbolo de supostos abusos de direitos humanos cometidos pelos Estados Unidos, devido a técnicas de interrogatório utilizadas contra os acusados de atos terroristas detidos na prisão. Segundo a Cruz Vermelha Internacional, estes prisioneiros são vítimas de tortura, em desrespeito aos direitos humanos e a convenção de Genebra (série de tratados que definem as normas para leis internacionais relativas ao Direito Humanitário Internacional)

No dia 22 de janeiro de 2009, o presidente americano Barack Obama assinou o decreto que ordena o fechamento dentro de um ano e proíbe os abusos durante interrogatórios exigindo respeito à Convenção de Genebra.


ROTINA EM GUANTÁNAMO
O isolamento, a ausência de direitos e as humilhações já levaram muitos presos à tentativa de suicídio. Conheça a rotina da prisão, como descrita pelos detentos a Mahvish Khan - intérprete que entrou em Guantánamo no ano 2005, até então aluna de direito, interpretava conversas entre afegãos - que não entendiam inglês - e seus advogados - que não falavam pachto, idioma dos clientes. Ao sair, conhecia como poucos os bastidores da prisão mais polêmica do planeta. Fonte: Revista Superinteressante

A base: Só quem tem permissão do Departamento de Defesa americano entra em Guantánamo. A base é dividida em dois lados. Num deles está a prisão. No outro, advogados se hospedam em quartos com 4 beliches, por US$ 20 a noite. Eles têm TV a cabo, internet, cozinha e uma cafeteria Starbucks.

Restrições: Os prisioneiros ficam em celas individuais de 2,101 x 2,40m, sem comunicação e sem direito a uma audiência imparcial. Muitos deles passam meses sem ver a luz do Sol. Cada cela tem um Alcorão (livro sagrado do islã) e uma seta com os dizeres “Meca – 12.793 km”, para que os presos possam rezar na direção certa.

Tortura: Uma técnica comum é a waterboarding (ou tortura chinesa da água). O torturador joga água sobre o nariz e a boca da vítima, que fica deitada de barriga para cima. Outra prática é colocar um pano molhado sobre a boca da vítima e jogar água por cima do tecido, o que dá a sensação de um afogamento. Crianças não tentem isso em casa!

Suicídios: Depois que três presos se enforcaram em junho de 2006, aparentemente usando roupas e lençóis, os guardas tentam ao máximo evitar que os outros presos façam o mesmo. Um deles, Jumah al-Dossay, do Bahrein, sobreviveu a 8 tentativas desde que foi levado a Guantánamo, em 2002.


Algumas fotos:

2 comentários:

Corba disse...

Vão fechá-la, né? Para onde será que vão transferir as saletas de "interrogatório"?

Anônimo disse...

isto é uma pratica irracional que os eua fazem para com o mundo, implica a presença neles de um coraço sem sentimento